Lea Chapaval e os outros autores do Livro AFE Manual do Produtor de Cabras Leiteiras, afirmam que a alimentação representa um fator econômico significativo na criação de caprinos. A maior parte dos custos de manutenção dessa criação é referente à alimentação dos animais. Por conta disso, fica fácil perceber que uma correta alimentação é que vai determinar os resultados técnicos e econômicos que serão obtidos na criação desses animais.
Esses animais costumam ser resistentes a condições precárias de alimentação, seja com alimento escasso ou de baixa qualidade. Porém, seu desempenho fica comprometido, o que torna essencial o fornecimento de alimento de qualidade e em abundância para obter os melhores resultados econômicos.
Na maioria das criações, a principal fonte de alimento desses animais é proveniente da vegetação nativa da região, cujas folhas e ramos são muito apreciados pelos animais. Dentre as mais diversas matas nativas, algumas possuem potencial para alimentação de caprinos. São elas:
- Mororó: os animais consomem suas folhas, sejam verdes ou secas. Essa planta é mais conhecida como pata-de-vaca;
- Jurema: apresenta-se na forma branca ou preta, sendo consumidos seus brotos novos e as vagens;
- Sabiá: popularmente é conhecida como unha-de-gato e é uma das prediletas dos caprinos. Na época chuvosa, consomem suas brotações novas, ao passo que na época do verão consomem as folhas secas e as vagens caídas;
- Camaratuba: presente principalmente na região semiárida possui bons índices para a alimentação dos animais e ficam verdes o ano todo;
- Calopogônio: possui ramificações e sementes peludas e em grande quantidade. Os animais apreciam muito essa planta na época seca, por apresentar-se como um feno natural;
- Pau-Ferro: são consumidas as folhas e vagens, também conhecida como Jucá;
- Jitirana: uma espécie de cipó que produz muitas ramas e floresce no final da estação chuvosa. Nessa estação, os animais comem essas ramas. No período seco, alimentam-se das folhas fenadas;
- Feijão Bravo do Piauí: sua folhagem é consumida pelos animais tanto no período chuvoso quanto no período seco;
- Faveira-de-bolota: no período mais seco do ano, produz vagens com grande valor na alimentação do rebanho. Além das vagens, comem também as flores.
Mineralização
A mineralização diz respeito ao fornecimento abundante de sal mineral de boa qualidade aos animais e é uma etapa muito importante para eles, por aumentar a saúde do rebanho e o desempenho produtivo dos animais.
O sal mineral é composto por sal comum, uma fonte de fósforo e cálcio (farinha de ossos ou fosfato bicálcico) e micronutrientes, que deve ser preparado na seguinte proporção:
- 50% de sal comum;
- 49% de farinha de ossos calcinada ou fosfato bicálcico;
- 1% de micronutrientes.
Água
Além da alimentação e da mineralização, é preciso fornecer água constantemente aos animais, limpa e de boa qualidade. Em propriedades onde a água seja proveniente de açudes, lagoas ou tanque cavados, é preciso protegê-la para que não se contamine. Recomenda-se oferecer água corrente aos animais. Quando não for possível, pode-se adotar um bebedouro rústico para os animais, que deverá ser feito de cimento e lavado duas vezes por semana.
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Manual do Produtor de Cabras Leiteiras
Fonte: Embrapa Agricultura Familiar – sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br
por Renato Rodrigues
